quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

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Estou aqui à disposição do vento, do tempo, de seu olhar felino de largas pupilas flamejantes.

Estou aqui, ao embalo da brisa. Num cantar silencioso, num vagar licencioso à vacância de ti.

A chuva parece mais fria, a ventania mais temida, a sensação de seu cheiro mais distante, mais distante de meus sentidos, de minha profundidade natural.

Os velhos campos vistos na janela, não possuem mais o verde de outrora, a singeleza das flores que já há muito se despediram não me vêm à memória.

A graça do amanhecer se torna mais fria a cada dia.

Se faz mais presente em sonhos, agora pesadelos uma fina necessidade de refazer caminhos de você.

Espero na janela, mas a poeira não se levanta, não há som, nem tropel, nem nada e cada olhar à longa estrada nada mais me revela senão a certeza de sua partida, sua falta sem aviso.

Me faz falta seu assovio, seu andar desordenado, seu jeito brusco, semi explícito.

Sua tez ao carinho do tempo, da natureza  bravia em seu semblante, seus atos seus resultados.

Já não te vejo à dúzias de luas, os monttes não têm mais graça, o céu não se faz mais tão azul.

Me perco aqui a testemunhar o evoluir à minha volta.

Me perco de mim sem você.






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